07/05/2022 às 19h15min - Atualizada em 07/05/2022 às 18h43min

A MÃE ESSENCIAL

E seu papel no desenvolvimento emocional dos filhos.

Marcelo Moya

Marcelo Moya

Psicanalista, membro do Instituto Ékatus da Escola Paulista de Psicanálise.

* Marcelo Moya
 
Em 9 de maio de 1905 na cidade de Webster (Estados Unidos), uma professora chamada Ana Jarvis perdeu sua mãe. Dois anos depois os moradores decidiram promover uma homenagem para a genitora desta professora por tudo o que ela dedicara à comunidade. No ano seguinte ainda no segundo domingo de maio, realizou-se pela primeira vez uma celebração pública com o mesmo objetivo.
 
E foi nessa ocasião que Ana sugeriu que a homenagem se estendesse a todas as mães falecidas, ideia que foi logo aceita. E a partir desta inspiração de Ana que nasceu o Dia das Mães, que passaria a ser comemorado todo ano. Esta iniciativa chegou ao Brasil através pela ACM – Associação Cristã de Moços, e a data foi instituída pelo então presidente na época Getúlio Vargas.

 
Mães essenciais

O que torna uma mãe tão essencial no processo de desenvolvimento dos filhos? A começar pelos meses iniciais de vida da criança, o bebê ao nascer ainda é um ser muito frágil, desprotegido, e por isso irá precisar contar com total apoio para sua sobrevivência, como cuidados físicos, alimentação, asseio, aquecimento, e principalmente afeto e ternura de todos ao seu redor, principalmente de sua mãe.
 
Tamanha é sua importância, que no aspecto emocional por exemplo, teorias psicanalíticas apontam que da gestação ao pós-parto, desperta-se na mulher uma substancial sensibilidade dos afetos, além de um estágio de comunicação inconsciente com seu bebê. Estas primeiras experiências do infante são bastante intensas e irão se constituir como base do seu desenvolvimento e organização psíquica.
 
Para o pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott (1896-1971), “o primeiro espelho da criatura humana é o rosto da mãe: a sua expressão, seu olhar, sua voz. É como se o bebê pensasse: olho e sou visto, logo, existo.” Portanto, a dupla mãe-bebê se torna uma parceria imprescindível para a vida emocional e também para a interação social desta criança com o mundo.
 
Maternidade e saúde mental

Uma criança privada de uma relação afetiva e de cuidados preliminares por meio de uma comibinação que envolve o ambiente familiar, a sociedade e principalmente as figuras parentais, poderá ocasionar na criança efeitos patológicos que dificultam ou até mesmo impedem a criança nas suas primeiras demandas emocionais, no desenvolvimento de sua autonomia, confiança, intelectualidade e criatividade, além da noção de corpo e de adaptação à realidade que o cerca. Outros distúrbios, tendências antissociais, agressividade e delinquência infantil também são típicos desta privação e abandono.
 
Destaca-se pelo menos três funções básicas de uma mãe, evidentemente sem se esquecer da maior de todas, que é o amor. A primeira é a de sustentação, um conjunto de ações da mãe para apoiar a criança, como a amamentação, os cuidados com a higiene, temperatura. O segundo é o manejo, ou seja, como a mãe lida com seu bebê no dia-a-dia, desde a forma como segura, toca e ela olha para para o seu bebê. E por fim, a adaptação, pois da ajuda da mãe depende o gradativo processo de independência, autonomia e segurança da criança.
 
 
O equilíbrio emocional da mãe é imprescindível não apenas para vencer os obstáculos inevitáveis da maternidade, mas também para acolher os primeiros sentimentos que nela e no bebê predominam nas fases iniciais desta relação. Ela se transforma metaforicamente numa espécie de espelho e termômetro das emoções do filho, e por isso o apoio do/a parceiro/a, da família e se necessário, de cuidado especializado, como fazer análise por exemplo, seja fundamental para asseguar à esta mãe condições afetivas satisfatórias para desfrutar de sua maternidade com mais qualidade de vida. 
 
Afinal, mãe é mãe
 
O desafio é imenso, e também de resposabilidade. Ser mãe é uma experiência cercada de mistérios, medos, incertezas e transformações, mas também de beleza, poesia, gratidão, amor e plenitude, um período sublime na vida da mulher. Viva a maternidade. “Ele, pequenino, precisa de ti. Não o desligues da tua força maternal.” (Cora Coralina).

Feliz Dia das Mães e Mães Felizes pelo Seu Dia!

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* Marcelo Moya é psicanalista e filho da Sílvia | www.marcelomoya.com.br
Contato para análise e outras informações: (43) 9-9102.6577
 
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