23/05/2022 às 21h12min - Atualizada em 23/05/2022 às 21h12min

Cápsula do Tempo

Vicente Estanislau Ribeiro

Vicente Estanislau Ribeiro

Licenciado em História e Bacharel em Direito

Não é letra e nem música de Raul Seixas, Eu nasci... (há dez mil anos atrás) e sim, duas décadas atrás. O propósito, de início, era daqui há dez anos; porém, já se passaram 21 anos. Parece que foi ontem e quantas coisas já mudaram de lá para cá.... Toda essa história começou na zona rural, na Escola Estadual Rodrigo Octavio, no Bairro Dourado, na localidade da Usina Dacalda. Escola composta por 118 alunos de todas as séries fundamentais; de filhos, cujos pais, trabalhavam na Usina local, e também de pequenos proprietários rurais das adjacências. A Diretora, e também professora da Escola, era Francisca Oliveira de Castro, sendo o quadro de professores: Adriana (?), Antonio Cesar de Souza (?), Áurea (?), Dirceu de Carvalho Crespo (Ed. Física), Fátima Miranda (Língua Portuguesa), Gislane Cristina Posseti Ribas (Ed. Artística), Ivete Fagá Kalil (Ed. Física), João (Ed. Física), Magda Souza (Matemática), Maraísa de Oliveira (Língua Portuguesa), Marco Antônio (Geografia), Maria Antonieta Justus (História), Marilda Orlandini “in memoriam” (Geografia), Silvinha Ferreira (?), Teófilo Lino da Silva (Matemática) e Terezinha Rodrigues (?). Na administração escolar, Cíntia de Oliveira Paes do Prado e nos Serviços Gerais: Marinês, Dejanir e Maria. Chefe do Núcleo, à época, era a professora Maria das Graças Figueiredo Saad que dava todas as condições e autonomia de trabalho à equipe docente e discente da escola. Com as mudanças efetivadas na educação paranaense, as escolas estaduais rurais tiveram encerradas as suas atividades, passando os alunos a virem estudar na cidade. A Resolução nº 1427/2001 de 29/06/2001 determina o fim das atividades letivas na zona rural do Bairro Dourado. E, finalmente, no encerramento das atividades escolares, a Diretora Francisca teve a ideia junto aos alunos, a de que cada um deles fizesse uma viagem no tempo, projetando numa folha de caderno, o que seria e o que eles poderiam esperar dos próximos “dez anos” e depois, que fossem colocadas todas as projeções futurísticas dentro de um tubo de plástico “cápsula do tempo” e daí seria enterrado. O local designado para tal foi o Colégio Dinâmica, logo na entrada do portal, no canteiro central, ali foi encovada a cápsula do tempo, com anuência, à época, da Diretora do educandário, Maria Luiza, e com as presenças dos alunos da escola da Dacalda. A escolha desse Colégio foi por conta da desativação da escola rural e do receio de que algum maquinário, ou coisa semelhante, pudesse remover, danificar ou perder o tubo, devido ao plantio ou manutenção da área próxima ao colégio. Outro motivo para tal, a maioria dos alunos do Bairro Dourado não conhecia importantes lugares em Jacarezinho, como: Catedral, CAT, Ginásio de Esportes, Cinema; porque seus pais se locomoviam habitualmente para Cambará, bem mais próxima dos seus afazeres. Sempre que era possível, o prefeito, à época, Zé Antônio, cedia ônibus para esse tour cultural, inclusive os alunos devem relembrar da primeira vez que desfilaram no 7 de Setembro da tradicional Rua Paraná. Imaginem a ansiedade, o orgulho e a felicidade dos alunos em representar as suas raízes, a sua insígnia escolar. Pois bem, se passou o dobro do tempo estabelecido, vinte anos depois. E, agora, no dia 24 de maio, às 10h, no Colégio Elo, no local determinado, será removido o tão aguardado tubo, com as presenças principalmente dos protagonistas, os ex-alunos, professores e convidados. Assim definiu muito bem o tempo, o romancista francês, Paul Bourget: “Quando esperamos, os segundos são anos. Quando recordamos os anos são segundos.” Parabéns a Professora Francisca Castro, sua equipe e seus alunos e viva a educação; pois sem ela, não somos ninguém e nada. * Vicentinho é Licenciado em História e Bel. em Direito.
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