24/09/2021 às 11h08min - Atualizada em 24/09/2021 às 11h08min

GUARATUBA - ​Esperança: Moradora do Piçarras recebe transplante após anos de hemodiálise

Prefeitura de Guaratuba
Prefeitura de Guaratuba
Elisana Proença, 44 anos, descobriu em 2012 após muitas dores de cabeça que estava com enfermidade renal crônica. Naquela época, o diagnóstico dos médicos apontou que ela estava com apenas 20% de funcionamento dos rins, que precisaria de hemodiálise e transplante. 

Ela iniciou o acompanhamento em Curitiba uma vez por mês, sendo levada pelo transporte do município de Guaratuba que atende os pacientes em tratamento. Posteriormente, de 2015 a 2021 ela viajava até Paranaguá para fazer hemodiálise. Ela conta que até o transplante, em maio desse ano, o transporte pegava ela em sua casa no Brejatuba e, depois no Piçarras, três vezes por semana, e deixava na porta do hospital. “A minha trajetória não foi fácil, porém com a graça de Deus foi vitoriosa”, destaca Elisana. 

No Brasil, a lista de espera por órgãos chegou a 50 mil pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO, 2000). Para se ter ideia da dificuldade em conseguir um transplante, o Paraná que é o estado líder em doações de órgãos, em 2020 teve 1.161 notificações de potenciais doadores e 475 doações efetivas, as quais corresponderam a 698 transplantes de órgãos sólidos realizados. 

Por isso, é importante que as pessoas manifestem aos seus familiares o desejo de doação de órgãos.

Segundo o secretário da Saúde, Gabriel Modesto, toda a equipe da Saúde está muito feliz em ver uma das suas pacientes de hemodiálise superando esse ciclo. O secretário lembra que Elisana foi uma pessoa que sempre levantou a bandeira da ajuda de custo para os pacientes que fazem hemodiálise em Paranaguá, pois até então a legislação federal impossibilitava o pagamento do benefício dentro da mesma região. 

“A fala da Elisana sensibilizou o prefeito Roberto Justus que buscou como alternativa a apresentação de um projeto de Lei (1810/19) que permitisse ao município estender o benefício aos pacientes da hemodiálise, inclusive com reajuste anual, o que não acontece pela legislação federal, sendo acolhido por todos os vereadores em 2019”, conta. “Agora ela não vai mais precisar, mas deixou esse legado para todos os pacientes que precisam”, conclui. 

Elisana agradece a todas as pessoas que a auxiliaram e aos que ainda continuam ao seu lado na rotina de exames e consultas. “Agradeço primeiramente a Deus, que por meio dele são feitas todas as coisas, e meu agradecimento especial ao secretário de saúde Gabriel, que desde o início me tratou de forma muito profissional, procurando garantir os meus direitos, mas acima de tudo de uma forma muito humana. Ao prefeito Roberto Justus pela forma que tem conduzido nosso município, agradeço também aos motoristas Márcio Flávio, Juninho e ao responsável pelo setor de transporte Fabiano, e à minha sogra Laura Sueli de Souza que me acompanha até hoje nas viagens”, ressalta. 



Auxílio e transporte para Tratamento Especializado Fora do Domicílio (TEFD)

O Sistema de Saúde tem como pilar a regionalização de serviços de alta complexidade ou alto custo, que necessitam para sua habilitação de uma população de referência e, por isso, ficam sempre concentrados nas macrorregiões. Por exemplo, Oncologia tem que ter referência no mínimo de um conjunto de municípios com 1 milhão de habitantes, ou município polo de regiões de saúde, para Hemodiálise tem que ter referência no mínimo de um conjunto de municípios com 200 mil habitantes. 

Diante disso, Guaratuba não mede esforços para garantir o transporte e ajuda de custo para todos que precisam, como no caso da hemodiálise, onde os pacientes são levados da porta de casa até a porta do hospital.

Assim como Elisana, outros 16 pacientes fixos utilizam ainda o transporte para a hemodiálise em Paranaguá 3 vezes na semana. 

Além da hemodiálise, para realizar o atendimento médico de média e alta complexidade em outras cidades no último ano o município levou cerca de 11 mil passageiros (sendo alguns mais de uma vez). Esse número está pela metade da capacidade de atendimento da frota. O número de atendimentos de Tratamento Especializado Fora do Domicílio (TEFD) ficou limitado por conta do protocolo de transporte de passageiros devido a pandemia. Atualmente, Guaratuba possui 7 veículos entre carro de passeio, vans e micro-ônibus.

Os pacientes contam desde outubro de 2019 com um auxílio financeiro (Lei 1810/19) aos pacientes e acompanhantes em TEFD. O auxílio beneficia pacientes que fazem tratamento contínuo, que vão várias vezes por mês, como os pacientes de hemodiálise, pacientes oncológicos, pacientes com doenças autoimunes e os que fazem acompanhamentos ou avaliações para cirurgias.

Desde a criação, em média 75 passageiros por ano tiveram direito ao benefício, num total de R$ 336 mil em recursos disponibilizados pelo município desde 2019.

A diária é usada principalmente para alimentação. Segundo Elisana, o auxílio é muito necessário, “pois acabamos passando o dia fora, saíamos as 8h e só retornávamos depois das 17h.

Para ter o direito garantido, é necessário um laudo médico indicando tratamento em unidade especializada fora do município de moradia com deslocamento maior que 50 km de distância, exceto Paranaguá, que está contemplada na Lei. O acompanhante também poderá ter direito à ajuda, caso solicitado e mediante comprovação da necessidade.



 + Agradecimento da Elisana na íntegra

A minha trajetória não foi fácil, porém com a graça de Deus vitoriosa. Existiram pessoas que me auxiliaram nesse período, e alguns ainda continuam ao meu lado na rotina de exames e consultas. Em primeiro lugar agradeço a Deus pois sei que Ele preparou e tem preparado tudo pra mim. Meu agradecimento especial ao secretário de saúde Gabriel, que desde o início me tratou de forma muito profissional, procurando garantir os meus direitos, mas acima de tudo de uma forma muito humana. Ao prefeito Roberto Justus pela forma que tem conduzido nosso município. 

Agradeço também aos motoristas Márcio Flávio, Juninho e Fabiano. O motorista Márcio, por exemplo, no início precisava sacrificar algumas horas de seu sono para me levar até Campo Largo às 3h30. Minha sogra Laura Sueli de Souza que me acompanha até hoje nas viagens. Meu muito obrigado a todos.

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