05/05/2022 às 13h23min - Atualizada em 05/05/2022 às 13h23min

​Professora do Norte Pioneiro desenvolve culinária com insetos e é premiada pelo Sebrae

Projeto visa o consumo de insetos ou de seus produtos com o objetivo de buscar uma alimentação saudável e alternativa

Folha Extra
Divulgação
Nesta sexta-feira (06), a partir das 08h30, o Sebrae Paraná promoverá a premiação da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora. O reconhecimento é voltado para os projetos de instituições de ensino paranaenses que promovem a educação empreendedora. Os vencedores da etapa estadual também foram classificados para a etapa nacional do prêmio.

A cerimônia de premiação estadual será realizada na Regional Curitiba do Sebrae, localizada na Rua Caeté, 150, Prado Velho.
Ao todo, foram inscritos 76 projetos no Paraná e 1.254 no Brasil. No Paraná, em 2021, a linha de Educação Empreendedora atendeu 214.220 alunos, 7.236 professores, em 1.159 escolas, de 155 municípios.

Serão premiados três projetos (bronze, prata e ouro) em cada uma das quatro categorias, sendo ensino fundamental I, ensino fundamental II, médio, técnico e superior. Os vencedores da etapa estadual irão receber troféu e uma bolsa integral para o MBA EAD em Educação Empreendedora 5.0 da Escola Superior de Empreendedorismo. A premiação é realizada pela quarta vez no Paraná e inspirou a realização da etapa a nível nacional que promove, em 2022, a segunda edição.

Três trabalhos do Paraná foram selecionados para a etapa nacional, são eles, sendo o projeto Antropoentomofagia, alternativa proteica na alimentação humana, de Jacarezinho; Feira do Empreendedor de Campo Largo; Lixo é Responsabilidade, Sustentabilidade e Renda de Paranaguá.

NORTE PIONEIRO
No município de Jacarezinho, a professora Dr. Fabíola Dorneles Inácio, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), realizou o projeto “Antropoentomofagia como alternativa proteica na alimentação humana” e conquistou o primeiro lugar do prêmio na categoria curso técnico, sendo também classificada para a etapa nacional.

A idealizadora explica que, Antropoentomofagia é o consumo de insetos ou de seus produtos e a ideia surgiu pela busca por uma alimentação saudável e alternativa.

Fabíola conversou com a Folha e contou um pouco mais sobre a trajetória de desenvolvimento do trabalho. “Esse projeto surgiu de uma parceria com um professor do IFMS, que já trabalha no tema. Eu sempre tive o interesse em inovar dentro das pesquisas que realizo. Sou bióloga e ministro aulas no curso técnico de Alimentos, então pensei em unir assuntos de ambas as áreas (insetos+alimentos) e desenvolver algo interessante para trabalhar com os alunos”, conta.

O projeto está atualmente pausado devido à pandemia, mas Fabíola conta que em breve será retomado. Ele aconteceu entre 2018 e 2020, com 20 estudantes do curso técnico de Alimentos, desenvolvendo alimentos que continham insetos comestíveis como ingredientes. Foram desenvolvidas bebidas proteicas, vitaminas, brownies, hambúrgueres, sobremesas, barras de cereal e até cerveja artesanal. “Todos os produtos passaram por uma análise microbiológica para verificar sua segurança”, pontua Fabíola.

A professora conta também que o tema escolhido tem como objetivo divulgar uma alternativa de alimentação. “Com esse trabalho estamos mostrando a necessidade de buscar recursos alimentares mais sustentáveis. Logicamente, o uso de insetos na alimentação não faz parte do hábito da maioria dos brasileiros, mas encontramos nessa ideia do projeto uma forma de chamar a atenção para fontes saudáveis de alimentos não convencionais. Além disso, meu objetivo também é levar os estudantes do curso técnico em Alimentos para diversas atividades experimentais nos laboratórios que envolvem Tecnologia de Alimentos”, explica.

Embora pesquisas no Brasil não serem devidamente valorizadas, com pouca verba disponível e quase nenhum direito de sindicato, prêmios como esse incentivam a comunidade a buscar entender sobre esses temas que alavancam cada vez mais o desenvolvimento do país. “Foi uma sensação de grande felicidade, pois ter esse reconhecimento de uma banca de pessoas especializadas trouxe a sensação de que essa grande ousadia do projeto não foi em vão e que nosso trabalho árduo e dedicação surtiram efeito, além dos que já eram evidentes com a evolução dos estudantes participantes. Esse prêmio só aumenta mais o ânimo em continuar na pesquisa, que não é valorizada no nosso país, e colocando as ideias ousadas e inovadoras com os estudantes da nossa comunidade’, comemora Fabíola.

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