01/07/2022 às 16h51min - Atualizada em 01/07/2022 às 16h51min

​Atividades educativas de projeto da UENP auxiliam no tratamento de usuários de álcool

Assessoria
Divulgação
Há mais de 10 anos, a Associação de Recuperação do Alcoólatra (ARA) de Bandeirantes conta com o apoio do Projeto de Extensão Permanente “Atividade de Psicoeducação para Usuários de Substâncias Psicoativas”. Alunos e professores dos cursos de Enfermagem e Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) levam ao grupo atividades de apoio, educativas e informativas, com o propósito de auxiliar na manutenção da abstinência alcoólica.

“No ARA, nós observamos as reuniões, sem falar nada nem opinar, para não atrapalhar nem influenciar. Nossa interação com eles é através de uma didática diferente. Nossa intenção é dinamizar as reuniões para que eles tenham mais vontade de participar”, conta Matheus Vinícius de Souza, aluno do 4º ano de Ciências Biológicas e voluntário no projeto.

Segundo a equipe do projeto, psicoeducação é a técnica que une educação em saúde e psicologia, relacionada a questões emocionais. Com isso, eles levam ao ARA, através de dinâmicas, conhecimento a respeito da temática alcoolismo. “Uma das atividades foi a Árvore dos Desejos em que eles escreveram na maçã o desejo pessoal e colaram na árvore. Quando eles realizarem esse desejo, irão colher a maçã como símbolo de realização, por conseguir atingir a meta e assim colher os frutos”, exemplificou a aluna do 5º ano de Ciências Biológicas e bolsista no projeto, Sarah Giolo.

Sarah ainda conta que antes de cada atividade, eles conversam com os participantes do ARA sobre a importância de ter uma rede de apoio confiável, fazer atividades físicas para poder melhorar o dia a dia, ter momentos de lazer, conversar com os amigos, desabafar sobre assuntos difíceis e o quanto isso é importante para o bem-estar e qualidade de vida deles.

O presidente da ARA, Ademir Dias Pereira, avalia o projeto como um facilitador de acesso à informação. “Cada dinâmica é um aprendizado. Os alunos sempre trazem coisas bacanas, simples e tão importantes. Falam sobre temas atuais e também sobre o que a gente deseja para o futuro. É maravilhoso o trabalho que eles fazem”, ressalta.

Ana Lucia De Grandi, professora do curso de Enfermagem da UENP, conta que, no início, utilizava o espaço das reuniões como prática clínica e levava os alunos para conhecer como funcionava o grupo. “O projeto nasceu em 2011 a pedido dos membros da ARA. Eles queriam dar mais visibilidade a instituição e ter mais conhecimento a respeito da condição deles”, relembra. Coordenadora do projeto desde o início, Ana Lúcia é enfermeira e trabalha com a disciplina Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria, área que atende usuários de substâncias psicoativas dentro da linha da saúde.

O alcoolismo foi declarado doença pela Organização Mundial de Saúde em 1967 e afeta tanto usuários de álcool como seu círculo de convivência, que adoecem junto. Os grupos de ajuda mútua, como o ARA, são uma fonte importante de apoio às pessoas com problemas relacionados ao uso abusivo de álcool ou outras substâncias psicoativas.

Matheus partilha que participar do projeto tem contribuído muito para sua formação acadêmica e pessoal. “Nas pesquisas conhecemos mais a fundo o assunto, aprendemos sobre coisas que estão instauradas na sociedade que para gente é normativo, mas quando você estuda percebe que tem muita coisa errada e você quer passar esse conhecimento para frente, para que se quebre um tabu”, reflete.

“O projeto de extensão faz com que a gente converse com pessoas que vivem uma realidade diferente e aprender sobre isso, ver a realidade do outro contribui para termos uma sensibilidade para ajudar, isso é o principal”, complementa Sarah.

“O pessoal tá aprendendo muito com os alunos e vice-versa, porque nós não temos o conhecimento que eles têm, mas nós temos lições de vida daquilo que nós fomos, daquilo que nós passamos e o que nós somos hoje, então tudo serve de aprendizado”, finaliza Ademir.

Pandemia
No início da pandemia de Covid-19, quando as atividades presenciais foram suspensas, o projeto criou perfis nas redes sociais, Facebook e Instagram, para continuar disseminando informações a respeito do assunto. Além disso, formaram grupos no WhatsApp para continuar em contato com os membros da ARA, repassando informações e conteúdos educativos.

“Desenvolvemos materiais educativos e informativos para as redes sociais com informações científicas, para a população em geral, sobre o uso do álcool e outras substâncias psicoativas. O projeto tem uma grande aceitação tanto dos membros da ARA quanto do público das redes sociais”, destaca Juliana Caroba, do 4º ano de Enfermagem e bolsista no projeto.

Juliana conta ainda que o projeto cresceu muito no período da pandemia, pois o conteúdo passou a ser divulgado a outros grupos de ajuda mútua, como o Grupo de Libertação do Alcoólatra (GLA) e a Pastoral da Sobriedade, vinculada à Igreja Católica.

“Em Bandeirantes o ARA, o GLA e a Pastoral da Sobriedade, são grupos que se reuniam semanalmente. Eles atendem usuários não só de álcool, mas de outras substâncias psicoativas. Então começamos a ter vínculo com todas essas instituições e o material das redes sociais nós acabamos enviando por WhatsApp para esses grupos, com isso aumentou muito a visibilidade das atividades do projeto”, complementa a professora Ana Lucia.

Conheça mais sobre o projeto de extensão e acompanhe as atividades através das redes sociais:
Instagram: @projeto.psicoedu
Facebook: Psicoeducação p/ Usuários SPA

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