Uma receita trazida na Holanda e produzida com o leite de vacas criadas em Arapoti, assim é feito o queijo artesanal Gouda Cornélia que foi destaque do Prêmio CNA Brasil Artesanal Queijos. Os vencedores do concurso tiveram os nomes divulgados no último dia (13).
O queijo produzido em Arapoti por Sineke e Sander Verburg participou de uma disputa acirrada tendo como concorrentes nada mais nada menos do que queijos produzidos em Minhas Gerais, os mais tradicionais do país neste quesito. Porém, a mistura Holanda/Brasil foi a que conquistou o paladar dos jurados fazendo com que o queijo dos Campos Gerais ficasse em primeiro lugar em duas categorias.
Sander Verburg, da Queijaria Cornélia, contou um pouco da história de como nasceu a receita do queijo vencedor. “Na década de 1960 minha avó veio da Holanda para o Brasil e trouxe na bagagem a receita do queijo que ela já fazia lá. Essa receita foi sendo passada de geração em geração e eu aprendi essa arte de fazer o queijo artesanal com a minha mãe. Antes era algo mais para o consumo da família, mas acabou virando uma queijaria”, explicou.
E o queijo de Arapoti fez sucesso no Prêmio da CNA. O produto de Verburg conquistou o primeiro lugar em duas categorias ficando com o outro dos queijos com maturação de 30 a 180 dias, e também na categoria dos aromatizados e/ou com condimentos. O produto campeão é produzido com leite cru e, no aromatizado, foram adicionados especiarias da cozinha indiana, feno-grego e toques de nozes.
Além do sabor, a história do queijo também foi importante para a conquista do prêmio. A receita foi trazida ao Brasil por Cornelia Elizabeth Verburg que já havia ganhado prêmios em seu país pela qualidade do produto. Lá, o queiro era produzido na região de Gouda. Aqui no Brasil, o produto é feito na cidade de Arapoti na Queijaria Cornélia e o queijo campeão recebeu o nome de Gouda Cornelia, em homenagem as origens e a matriarca responsável pela receita.
Verburg ainda conta que viu no concurso uma boa oportunidade para “testar” a qualidade do queijo produzido no Paraná e como seria seu rendimento em concursos nacionais. Logo de cara, o produto de sua família conquistou dois primeiros lugares. “A intenção de participar foi mais para ter uma ideia de como estava nosso produtor, mas acabamos sendo surpreendidos. O reconhecimento foi maior do que esperávamos e é muito gratificante mostrar a minha mãe que estamos dando continuidade ao legado que ela e minha avó nos passaram. Agora vamos realizar mais melhorias em nossa produção e buscar aumentar ainda mais a qualidade do nosso produto”, disse o queijeiro.
De olho no futuro, Verburg acredita que a conquista pode ajudar o seu queijo a chegar ainda mais longe. “O resultado do concurso ajuda a aumentar a visibilidade sobre o nosso queijo e também sobre a cultura da nossa cidade e região. Esperamos buscar o Selo Arte que irá agregar ainda mais ao nosso queijo e chamar a atenção para importância dos gestores em ajudar os pequenos produtores a desenvolver seu trabalho”, comentou.