11/08/2020 às 14h55min - Atualizada em 11/08/2020 às 14h55min

Vacina Oxford: voluntários passam a receber duas doses durante testes

Anvisa autorizou mudança no protocolo e ampliou a faixa etária dos voluntários que podem participar da pesquisa para até 69 anos

Assessoria GOV
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Brasileiros que estão participando de testes para a vacina de Oxford, liderada pelo Reino Unido, vão receber uma segunda dose da imunização. A autorização foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A dose será administrada nos voluntários já vacinados e também nos que ainda vão entrar para o estudo.

Para os voluntários que já foram vacinados, a segunda dose deve ser aplicada no prazo de quatro a seis semanas da primeira dose. Para quem ainda vai ser vacinado, o intervalo deverá ser de quatro semanas. A variação do prazo, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, deve-se à necessidade de entrar em contato com os voluntários e mobilizá-los novamente para a aplicação da dose de reforço.

A mudança ocorreu porque a publicação de alguns resultados mostrou que a dose de reforço aumenta a chance de imunização, como explicou o gerente geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes. “Essa segunda dose de reforço foi proposta com base nos resultados de um estudo que foi conduzido no Reino Unido, publicado na revista The Lancet, que mostra que se você dar uma segunda dose após mais ou menos quatro semanas, até seis semanas, é possível observar um maior aumento da capacidade de gerar imunidade da vacina”, disse.

“Isso significa que, ao final dos resultados, nós vamos ter uma vacina que provavelmente será administrada com duas doses”, completou o gerente da Anvisa.

A Anvisa também autorizou a ampliação da faixa etária para a realização dos testes. Antes, podiam participar voluntários dos 18 aos 55 anos. Agora, a pesquisa inclui pessoas com idade entre 18 e 69 anos. “Essa mudança foi aprovada porque os dados de segurança que foram gerados em estudos que vem sendo conduzidos também no Reino Unido para essa vacina mostram que é seguro administrar a vacina nessa população também”, explicou Gustavo Mendes.

 A vacina de Oxford contra a Covid-19 está na terceira e última fase de testes em humanos no Brasil e em outros países.

Vacina de Oxford

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que viabiliza a produção de 100 milhões de doses da vacina de Oxford contra a COVID-19 no Brasil; e garante a transferência de tecnologia ao país caso a vacina se mostre eficaz e segura. A MP abre crédito orçamentário extraordinário de quase R$ 2 bilhões em favor do Ministério da Saúde.

A vacina de Oxford está sendo desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido. Esta vacina é feita a partir de uma versão enfraquecida do adenovírus, que causa resfriado em chimpanzés. Ele é alterado geneticamente para carregar os traços da proteína S do Coronavírus, responsável por acoplar o invasor nas células humanas.

Neste momento, aqui no Brasil - no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia -, a imunização é aplicada em trabalhadores da saúde e pessoas com alta exposição ao vírus.

 Outras vacinas contra a Covid-19 são testadas no mundo, incluindo versões em produção na China, na Rússia e nos Estados Unidos.

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