13/08/2020 às 08h05min - Atualizada em 13/08/2020 às 08h05min

​Estádio Pedro Vilela: da elite do futebol paranaense ao ostracismo

Esportiva, que já recebeu jogos do Campeonato Paranaense, está interditada e há muito tempo não recebe uma partida

Tribuna do Vale
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Foi-se o tempo onde o Estádio Pedro Vilela, em Jacarezinho, a popular “Esportiva”, era sinônimo de alegria e lazer à comunidade. O local, que já chegou a sediar partidas profissionais da elite do futebol paranaense, teve as atividades paralisadas muito antes da pandemia de Covid-19 aparecer.

Interditado pelo risco de desabamento de parte das arquibancadas, a praça esportiva hoje é apenas uma lembrança distante dos tempos em que o futebol, profissional ou amador, era o local preferido de muitos moradores de Jacarezinho nos finais de semana.

Algumas das muitas histórias sobre o estádio quem conta é o aposentado Adonias Matos de Oliveira, que desde os anos 60 vive na vizinhança do Pedro Vilela. “O grande time da Esportiva que teve na década de 50 eu infelizmente não vi, mas ouvi muita gente falar. Vi um pouco dos anos 60, era criança, mas lembro bem de ter times muito bons que jogavam de igual para igual com equipes grandes do Estado. Depois a gente sabe que o futebol profissional foi acabando no interior, acabou em Cambará, Bandeirantes, Santo Antônio da Platina. Mas pelo menos ainda tinha jogos de times da cidade, às vezes da região, e continuava animado. Só que de uns tempos para cá parou tudo de vez”, lamenta.

“A gente fica triste porque criei meus filhos vendo jogos aqui, pude levar meus netos quando eram crianças. Mas hoje essa cultura está se perdendo. Todo mundo acha bonito ver jogo pela TV, e a nossa Esportiva está largada. A impressão que dá é que se ninguém tomar uma atitude isso aqui vai morrer”, afirma o aposentado, apontando para a visão que tem do campo sem precisar sair de casa.

Outro vizinho que lamenta o ostracismo da praça esportiva é o autônomo Luiz Carlos Dias Andrade, que sugere uma intervenção da comunidade pela reestruturação do estádio. “Eu acho que as pessoas têm que se conscientizar que não podem ficar esperando da prefeitura e governo. Todo mundo reclama que está abandonado, mas ninguém faz nada. Em um município com duas usinas do tamanho que são as daqui, com todas essas empresas e comércio, será que é difícil levantar R$ 50 mil para reformar a arquibancada? Pega em forma de patrocínio. Acho que o que falta mesmo é mobilização do povo para a gente levantar a Esportiva. Como o seu Adonias falou, futebol profissional morreu no interior porque hoje em dia é muito caro, mas pelo menos futebol amador tem que ter”, pontua.

O estádio, antes da interdição, tinha capacidade para pouco mais de 4 mil pessoas e tem iluminação para jogos noturnos. Entretanto, apesar dos pontos positivos que o credenciariam a ser uma das principais praças esportivas em toda a região, o campo não recebe atividades há muitos meses pelas condições precárias da arquibancada.

ESPORTIVA

O auge da Associação Esportiva Jacarezinho foi na década de 50, quando o clube era uma das principais forças do Norte do Estado e lutava em condições de igualdade com os times da capital. Nesta década foram dois vice campeonatos paranaenses da primeira divisão (em 1951 e 1954) além de mais três vezes ficar em terceiro lugar (1950, 1952 e 1956) na elite do futebol estadual.

Fundada em 1938, a Esportiva Jacarezinho disputou a primeira divisão do Estado pela última vez em 1965. Em 1990 ainda houve uma tentativa de retomar as atividades no futebol profissional, disputando a Divisão de Acesso (equivalente à segunda divisão), porém com pouquíssimos recursos e sem resultados expressivos dentro de campo não houve continuidade do projeto.

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