14/11/2022 às 11h34min - Atualizada em 14/11/2022 às 11h34min

​Rota do Rosário – oportunidade para o turismo religioso no Norte Pioneiro

Elói Zanetti
Divulgação
Diego Gouveia Paz coordenando uma equipe de motociclistas, a Aralama de Arapoti, costumava fazer trilhas de moto com seus amigos pelas estradas vicinais do Norte Pioneiro e as marcava no app Wicklok – um sistema que registra detalhadamente os deslocamentos dos viajantes. Um dia observou no mapa que suas andanças formavam a imagem de um rosário. Estava criada em 2008 a Rota do Rosário que soma 651 km e percorre os santuários dos municípios de Piraí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti, Tomazina, Siqueira Campos, Joaquim Távora, Ribeirão Claro, Jacarezinho, Santo Antônio da Platina, Bandeirantes, Ribeirão do Pinhal e Ibaiti. Três possuem dois Santuários: Ibaiti, Jacarezinho e Bandeirantes e os outros um santuário.

O turismo religioso

A ideia de promover um grande caminho de peregrinação, como os de Compostela (Espanha), A Rota da Fé e o Caminho dos Anjos (SP e MG) e o de Santa Maria (RS) ganhou força entre os párocos da região. O bispo de Jacarezinho, Dom Antônio Braz Benevente, deu apoio e a coordenação religiosa ficou a cargo do Pe. Anderson Marchioro, reitor do Santuário São João Batista de Arapoti. Soma-se a isto o apoio de todos os padres da região mais a boa vontade dos prefeitos, do comércio e da rede hoteleira. Um calendário religioso está sendo organizado, bem como a implantação de um sistema para a divulgação nas redes sociais.

De bike são sete dias

Partindo de Piraí do Sul, a rota percorre 15 santuários em 12 municípios e é feita apenas por estradas rurais, com paradas em antigas capelas de fazendas, locais de pouso, de contemplação e em igrejas e santuários. O ciclista Emerson Souza está coordenando pela quinta vez, por meio da sua empresa de turismo em bike, a Forma Ativa de Ribeirão do Pinhal, todo o percurso que leva em média sete dias. Ele ajudou a demarcar os caminhos que requerem com urgência uma sinalização mais apropriada e pontos de apoio.

O antigo caminho dos tropeiros

Boa parte da Rota passa pelos antigos caminhos de ir e vir – tropeiros – que faziam o percurso Caminho das Tropas que saia do Rio Grande do Sul e passava por Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, São Luiz do Purunã, depois, a partir de 1820/30, por Ponta grossa, Carambeí, Castro, Pirai, Jaguariaíva e Sengés até Sorocaba. Este ciclo durou mais de 150 anos e deixou profundas marcas em Ponta Grossa, Castro e Itararé. A adoração por N.S. das Brotas com origem nas promessas que os tropeiros faziam para que os pastos fossem brotados quando passassem pelo local originou o nome do Santuário de Brotas em Piraí do Sul. Recentemente uma comitiva vinda de São Paulo percorreu boa parte deste trajeto.

É a rota religiosa mais longa do Brasil

A exemplo do caminho de Santiago de Compostela (Espanha/Portugal/França) que abrange 800 km de estradas e vários trechos diferentes, a Rota do Rosário deve ser percorrida aos poucos – cada andarilho faz o seu trajeto. Santiago é uma das rotas religiosas mais populares e antigas no mundo - a primeira menção é do século X. Ela ganhou fama depois que o escritor Paulo Coelho a colocou em um dos seus livros.  No planejamento da Rota do Rosário pretende-se incrementar ações locais de uma cidade à outra em datas específicas, de acordo com os dias santificados de cada uma.

A situação atual

A Atunorpi – Associação Turística do Norte do Paraná – entidade civil – organizada para atuar nas áreas turísticas, culturais e ambientais da região foi fundada em 2015 e é comandada de Andirá por Wellington Bergamaschi. É dela que saem as principais iniciativas para a organização e promoção da rota. Ainda faltam sinalizações de percurso, informações sobre os locais de parada, divulgação e treinamento nos principais centros receptores, montagem de parcerias com promotores e agências de turismo de todo o Brasil e exterior. Darci Piana, vice-governador, recentemente, mostrou-se entusiasmado com o projeto e prometeu apoio governamental.

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