01/12/2022 às 20h27min - Atualizada em 02/12/2022 às 00h01min

Presidente da África do Sul enfrenta apelos para renunciar

Cyril Ramaphosa é acusado de encobrir roubo de milhões de dólares de origem suspeita que estavam escondidos no sofá da sua fazenda. Segundo comissão, presidente pode ter violado leis anticorrupção do país.

G1 Mundo
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Cyril Ramaphosa é acusado de encobrir roubo de milhões de dólares de origem suspeita que estavam escondidos no sofá da sua fazenda. Segundo comissão, presidente pode ter violado leis anticorrupção do país. Um dos homens mais ricos da África do Sul, Ramaphosa se tornou presidente em 2018, com discurso de combate à corrupção
Alberto Pezzali/AP/picture alliance
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi confrontado nesta quinta-feira (01/12) com apelos da oposição para que renuncie, depois de uma comissão parlamentar de inquérito ter concluído que o chefe de Estado pode ter violado leis anticorrupção. O caso ainda pode resultar na abertura de um processo de impeachment.
O escândalo eclodiu em junho, quando o antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos Arthur Fraser disse que Ramaphosa escondia uma elevada quantia de dinheiro dentro de um sofá na sede de sua fazenda, em Phala Phala. Segundo Fraser, o dinheiro foi roubado em fevereiro de 2020 por criminosos comuns com o auxílio de uma empregado da propriedade, mas Ramaphosa nao comunicou o crime à polícia.
Ainda de acordo com Fraser, os criminosos foram sequestrados e depois subornados para que não falassem sobre o caso. Ainda segundo Fraser, autoridades da vizinha Namíbia foram acionadas para prender um suspeito, tudo fora de canais oficiais.
Fraser disse que Ramaphosa escondia pelo menos 4 milhões de dólares em dinheiro na sua fazenda e acusou o presidente de lavagem de dinheiro e violação de leis de controle de moeda estrangeira.
Justificativas
No seu relatório, divulgado nesta quarta-feira, a comissão parlamentar levantou questões sobre a origem do dinheiro e por que o valor foi escondido das autoridades financeiras, apontando ainda um potencial conflito entre os negócios do presidente e os interesses do Estado.
Ramaphosa confirmou o roubo, mas disse que a quantia roubada foi menor do que a alegada e negou ter tentado encobrir o caso.
Ele disse que cerca de 580 mil dólares foram roubados da fazenda e que o dinheiro provinha da venda de gado.
"Não 'cacei' os autores do roubo, como alegado, nem dei nenhuma instrução para que isso ocorresse", escreveu ele à comissão. A comissão, no entanto, questionou a explicação do chefe de Estado relativa à origem do dinheiro, apontando que os animais permanecem na fazenda mais de dois anos depois da alegada venda.
"Achamos que o presidente tem um caso a responder sobre a origem da moeda estrangeira que foi roubada, bem como a transação subjacente a ela", disse o relatório. "O presidente abusou de sua posição como chefe de Estado para investigar o assunto e buscar a ajuda do presidente da Namíbia para prender um suspeito."
Futuro
Um dos homens mais ricos da África do Sul, Ramaphosa ascendeu à Presidência em 2018, com discurso de combate à corrupção, em contraponto com os escândalos que atingiram seu antecessor, o ex-presidente Jacob Zuma.
O escândalo também ocorre num momento delicado para Ramaphosa, em meio a disputas internas no seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC). No momento, Ramaphosa ambiciona ser reeleito para a liderança do partido no congresso partidário marcado ainda para este ano, algo que lhe permitiria recandidatar-se à presidência da África do Sul em 2024.
O porta-voz do presidente, Vincent Magwenya, chegou a dizer que Ramaphosa faria um discurso à nação nesta quinta, mas voltou atrás. Segundo o porta-voz, Ramaphosa passou o dia consultando atores políticos sobre suas opções.

Replicado material do portal G1 via RSS



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