27/01/2023 às 21h52min - Atualizada em 28/01/2023 às 00h01min

Vídeo: policiais dos EUA espancam homem negro; cidade americana se prepara para protestos

Tyre Nichols, um homem negro, estava dirigindo no dia 7 de janeiro na cidade de Memphis quando foi parado por cinco policiais. Durante sua prisão, ele sofreu ferimentos e, três dias depois, morreu em um hospital.

G1 Mundo
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Tyre Nichols, um homem negro, estava dirigindo no dia 7 de janeiro na cidade de Memphis quando foi parado por cinco policiais. Durante sua prisão, ele sofreu ferimentos e, três dias depois, morreu em um hospital. Vídeo mostra homem negro sendo espancado por policiais nos EUA
As autoridades de Memphis, nos Estados Unidos, estão se preparando para uma onda de manifestações após a divulgação de vídeos gravados pelas câmeras dos uniformes de cinco ex-policiais da cidade que mostram um ataque a um motorista que levou o homem à morte.
Tyre Nichols, um homem negro, estava dirigindo no dia 7 de janeiro na cidade quando foi parado por cinco policiais. Durante sua prisão, ele sofreu ferimentos e, três dias depois, morreu em um hospital.
Imagem de policiais com Tyre Nichols, encostado na roda do carro
Reprodução/Polícia de Memphis
Os cinco policiais, todos negros, foram acusados de assassinato em segundo grau, agressão, sequestro, má conduta e opressão pelo episódio que terminou com a morte de Nichols.
Quatro deles pagaram fiança e foram soltos.
Demetrius Haley, Desmond Mills, Jr., Emmitt Martin III, Justin Smith e Tadarrius Bean, policiais que foram presos em Memphis
Reuters
Joe Biden, presidente dos EUA, afirmou estar indignado após ver o vídeo.
"As imagens divulgadas esta noite vão indignar as pessoas, com razão", afirmou ele, em comunicado.
Esperando possíveis protestos após a divulgação do vídeo, diversas cidades reforçaram seus esquemas de segurança. Biden que pediu aos manifestantes que se expressarem pacificamente. "Aqueles que buscam justiça não devem recorrer à violência ou à destruição", disse.
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Antes da divulgação do vídeo
Antes da divulgação, poucas pessoas tiveram acesso aos vídeos. A família da vítima está entre o grupo de pessoas que já tinham visto as imagens.
O presidente Joe Biden conversou com a mãe e com o padrasto da vítima e deu os pêsames a eles.
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, e o diretor do FBI, Christopher Wray, também tiveram acesso às imagens antes da divulgação.
Wray afirmou que o que aconteceu em Memphis é obviamente trágico. “Eu mesmo vi o vídeo e vou dizer que fiquei chocado", disse ele.
A polícia não divulgou muitos detalhes sobre as circunstâncias da prisão de Nichols. Até o promotor Steve Mulroy, que acusou os policiais, descreveu o incidente de forma vaga.
Depois que Nichols foi parado por direção imprudente, houve uma discussão. Os policiais o usaram spray de pimenta, e Nichols tentou fugir a pé. "Houve outra discussão em um local próximo em que os ferimentos graves foram sofridos pelo Sr. Nichols."
Cronologia do caso
Veja abaixo uma cronologia do caso de Tyre Nichols:
7 de janeiro: Os policiais param Nichols sob suspeita de direção imprudente por volta das 20h30. Em um comunicado, a polícia disse que houve uma discussão, Nichols fugiu a pé, foi perseguido por policiais e outra discussão ocorreu. Posteriormente, Nichols "queixou-se de falta de ar", disse o comunicado. Uma ambulância foi chamada, e Nichols foi levado para o hospital.
8 de janeiro: O promotor distrital do condado de Shelby, Steve Mulroy, pede para que a agência de investigação do estado conduza uma investigação sobre uso da força na prisão.
10 de janeiro: Nichols morre.
14 de janeiro: A família de Nichols realiza um evento memorial no qual exibe uma fotografia de Nichols que o mostra entubado e com o rosto espancado. Há um protesto em frente a uma delegacia de polícia.
16 de janeiro: A família contrata o advogado de direitos civis Ben Crump, conhecido por representar famílias em alguns dos casos mais difíceis dos EUA. Crump pede a divulgação do vídeo do encontro de Nichols capturado pelas câmeras de vídeo dos uniformes dos policiais e pelas câmeras do painel do veículo.
20 de janeiro: O Departamento de Polícia de Memphis demite os cinco policiais envolvidos.
23 de janeiro: Crump e a família de Nichols assistem ao vídeo da polícia. Crump diz mais tarde que o lembrou do vídeo da surra de Rodney King, um caso histórico do começo dos anos 1990.
24 de janeiro: A cidade de Memphis anunciou que dois bombeiros envolvidos no incidente foram dispensados ​​de suas funções enquanto se aguarda uma investigação interna.
25 de janeiro: O chefe da polícia de Memphis, Cerelyn Davis, divulga uma declaração em vídeo chamando o tratamento de Nichols de "falta de humanidade básica".
26 de janeiro: Os cinco policiais são acusados ​​de assassinato em segundo grau.
27 de janeiro: O vídeo do incidente feito pela polícia é divulgado ao público.
Outros incidentes
Os EUA vivem uma série de casos de violência policial que termina com a morte de pessoas negras e outras minorias. A população reage com protestos contra o racismo sistêmico no sistema de policiamento e de Justiça.
Houve protestos após o assassinato, em maio de 2020, de George Floyd, um homem negro que morreu depois que um policial branco de Minneapolis se ajoelhou em seu pescoço por mais de 9 minutos.

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