01/02/2023 às 20h51min - Atualizada em 02/02/2023 às 00h01min

Velório de Tyre Nichols nos EUA é marcado por emoção e raiva contra a violência policial

Tyre Nichols, de 29 anos, foi detido em Memphis no dia 7 de janeiro por membros de uma unidade especial da polícia, que o acusou por uma infração de trânsito. Três dias depois, ele morreu devido aos ferimentos causados pelos policiais.

G1 Mundo
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Tyre Nichols, de 29 anos, foi detido em Memphis no dia 7 de janeiro por membros de uma unidade especial da polícia, que o acusou por uma infração de trânsito. Três dias depois, ele morreu devido aos ferimentos causados pelos policiais. Cerimônia fúnebre de Tyre Nychols, em 1º de fevereiro de 2023
Andrew Nelles/Reuters
Participantes do funeral de Tyre Nichols, o afro-americano que morreu após um espancamento policial, condenaram a violência institucional que tirou a vida do jovem. A cerimônia aconteceu nesta terça-feira (1º) em uma igreja na cidade de Memphis, nos Estados Unidos.
Kamala Harris, a vice-presidente dos EUA, esteve presente. Ela abraçou a mãe de Nichols por um longo tempo e criticou os policiais negros que espancaram Tyre mesmo quando ele pedia para ser socorrido aos berros.
"Ele não tinha o direito de estar seguro? Aqui está uma família que perdeu seu filho e seu irmão em um ato violento" perpetrado por pessoas encarregadas de protegê-los, e esse ato violento não visava garantir a segurança pública, disse Kamala à multidão.
Nichols era "uma boa pessoa, uma bela alma, um filho, um pai, um irmão, um amigo, um ser humano que partiu cedo demais", afirmou o reverendo J. Lawrence Turner em seu discurso de abertura na Igreja Cristã Mississippi Boulevard. Ele também falou sobre a violência policial que afeta particularmente a população negra nos EUA.
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Parentes de outras vítimas
Um dos presentes era o irmão de George Floyd, outro homem negro que morreu por causa da ação de policiais —em 2020, um policial branco pressionou o pescoço de Floyd com o joelho até que ele morresse asfixiado; após a morte, os EUA foram tomados por manifestações contra o racismo.
Também compareceu a mãe de Breonna Taylor, mulher negra de 26 anos, morta a tiros pela polícia em seu apartamento no Kentucky em 2020, que virou um ícone do movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam).
O reverendo Al Sharpton, uma figura da luta americana pelos direitos civis, fez a oração fúnebre.
Entenda o caso
Nichols, de 29 anos, foi detido em Memphis no dia 7 de janeiro por membros de uma unidade especial da polícia, que o acusou por uma infração de trânsito. Três dias depois, ele morreu devido aos ferimentos causados pelos policiais.
Todo o procedimento policial foi gravado pelas câmeras acopladas aos uniformes do agentes e pelas câmeras de segurança pública da cidade.
Os vídeos deixam evidentes a violência brutal com socos, chutes, golpes de cassetetes, gás de pimenta e uma arma de choque. Em nenhum momento Nichols parece tentar agredir os policiais. Ele tenta fugir e é pego.
Os cinco policiais envolvidos - todos negros - foram demitidos e enfrentam acusações por homicídio doloso. Dois outros agentes foram suspensos, assim como três bombeiros.
Após o ocorrido, a polícia de Memphis desmantelou a unidade de polícia responsável pela morte, que havia sido criada em novembro de 2021 com a intenção de reduzir a atividade ilegal em pontos críticos da cidade.
Pedidos de mudanças
Após a morte de Nichols, foram registrados protestos exigindo mudanças drásticas nas forças policiais nos Estados Unidos. As autoridades temem que as manifestações adquiram caráter violento, como após a morte de George Floyd, embora tenham sido pacíficas até o momento.
A presença da vice-presidente Harris enfatiza o impacto político deste novo caso de brutalidade policial. O próprio presidente americano, Joe Biden, se declarou "indignado e profundamente triste" pelas imagens da abordagem dos agentes e falou com a família de Nichols para saudar sua "valentia e força".
Biden planeja se reunir com os membros da Coalização Negra do Congresso americano na Casa Branca para debater uma legislação que permita uma reforma policial, segundo um porta-voz da Casa Branca.

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