10/02/2023 às 14h20min - Atualizada em 10/02/2023 às 14h20min

​Mulher realiza o sonho da cunhada de ser mãe após ela perder o útero

Rafaela se comoveu com a situação da irmã do seu marido e se colocou a disposição para gerar o filho do casal em sua barriga

Folha Extra com g1
Divulgação
Um caso de amor ao próximo registrado no município de Japira, no Norte Pioneiro, ganhou as páginas dos principais jornais do país e vem comovendo muita gente. Uma mulher cedeu sua barriga para gerar o filho da sua cunhada após a familiar perder o útero.

Tudo começou quando Thuany Aparecida da Silva se casou com seu esposo David Henrique. Como na maioria dos casos, o casal tinha o sonho de ter filhos e constituir uma família, mas os planos acabaram sendo interrompidos de maneira trágica. Thuany acabou descobrindo que tinha um tumor maligno e, após realizar várias sessões de rádio terapia, acabou tendo que retirar seu útero.

A jovem conta que a situação pegou o casal de surpresa e que chegaram a pensar que seria o fim do sonho de ter um filho. “Foi algo que acabou impactando a gente e matando aquele sonho de ter nosso bebê, mas falei ao meu marido para que a gente buscasse uma outra forma de ter o nosso filho”, conta Thuany.

Comprometidos a realizar esse sonho, o casal buscou outras alternativas e encontrou na Fertilização In Vitro uma boa opção. Após conversar com o marido, Thuany comentou sobre a situação a esposa de seu irmão, Rafaela, a qual se comoveu com a situação do casal. “Quando ela me contou sobre a situação e disse que precisava encontrar uma barriga solidária, eu tive um sentimento dentro de mim em ajudar eles a realizarem esse sonho. Então eu conversei com meu marido e decidi que iria fazer”, conta Rafaela que deu a notícia para cunhada no Natal.

Com todos de acordo, o casal deu início aos procedimentos necessários pouco antes da pandemia da Covid-19 estourar. Após dois anos atrás dos trâmites e tratamentos necessários, finalmente em janeiro de 2021 Rafaela foi considerada apta a ser a barriga solidária do casal.

David contou que a busca para realizar o procedimento foi difícil e o casal chegou a achar que não daria certo. “Na verdade a gente já havia perdido as esperanças, pois passaram dois anos e a gente não tinha respostas, ligava e não tinha retorno”, disse o pai da bebê. Para alegria do casal, a boa notícia veio e o procedimento foi realizado em uma clínica da cidade de Londrina.

Daí para frente foi lidar com a ansiedade e as expectativas para conhecer o bebê. A espera logo terminou e a menina gerada na barriga da tia nasceu em dezembro do ano passado e recebeu o nome de Isis. Os pais da menina puderam acompanhar o parto e ver a filha chegando ao mundo.

Rafaela disse que foi motivada pelo amor em ajudar os familiares. “Tudo o que eu fiz foi por amor. Foi um sentimento maravilhoso que eu senti, pois eu amo muito eles”, disse.

Para o casal, não há palavras para descrever o momento de alegria e a atitude que Rafaela tomou e mudou o destino dos dois. “É uma sensação que não cabe em palavras. O que sentimos é gratidão”, resumiu Thuany.

Agora a família se prepara para o batizado de Isis que está marcado para o dia 19 de março e Rafaela será a madrinha da criança. “Ela sempre foi como uma irmã de sangue. É uma relação cheia de amor. Não tenho nem como agradecer ela pelo que ela fez. É muita gratidão”, disse Thuany.

Como funciona?

A tecnologia da Fertilização In Vitro requer que os candidatos a ter um filho desta maneira sigam um protocolo.

Primeiramente, é necessário que a família obtenha uma autorização para realizar o procedimento junto ao Conselho Regional de Medicina. A partir daí, é necessário seguir algumas regras como idade máxima da pessoa que irá gerar o bebê é de 50 anos, os embriões podem ser desenvolvidos in vitro por no máximo duas semanas, e não é permitido que o casal escolha o sexo do bebê (salvo casos em que seja necessário evitar doenças relacionadas ao cromossomo Y).

O procedimento também é permitido para reprodução assistida em casos de relacionamentos homoafetivos e em caso de pessoas solteiras, mas deve respeitar a objeção de consciência por parte do médico responsável.


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