15/04/2020 às 12h59min - Atualizada em 15/04/2020 às 12h59min

​Bruno Guimarães, exclusivo: 'posso ser o jogador que o Tite disse que falta à seleção'

Onefootball
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Antes da pausa no futebol mundial por causa da pandemia do COVID-19, Bruno Guimarães figurava entre os maiores personagens do futebol brasileiro. Uma badalação, na verdade, que já vinha desde os tempos do Athletico Parananense, onde foi campeão da Copa Sul-Americana (2018) e Copa do Brasil (2019). 

Contratado pelo Lyon depois de uma longa disputa envolvendo Arsenal, Atlético de Madrid, Benfica e também Flamengo, o volante chegou com tudo ao Velho Continente, sendo decisivo logo no segundo jogo, na vitória por 1 a 0 em cima da poderosa Juventus, na Liga dos Campeões.

Tudo isso - e mais um pouco - não tem passado despercebido aos olhos de Tite, que, em declarações recentes à France Football, declarou que o novo reforço do clube francês pode assumir o papel de "meia de distribuição que tanto falta à seleção".

Homem de palavra, motivo pelo qual assinou contrato com o Lyon, Bruno Guimarães revelou em exclusividade à Goal, entre outros assuntos, que pode, sim, ser o jogador que a seleção brasileira está à procura. 

São apenas cinco jogos no Lyon, é verdade, mas já há quem diga que você joga há pelo menos três ou quatro anos na Europa, visto a adaptação tão rápida. É bem por aí mesmo?
Desde o começo da negociação e da primeira conversa com o Juninho sabia que teria muito apoio no início da caminhada aqui no Lyon. Fui muito bem recebido por todos da equipe, e isso facilita muito. Vim também de uma competição forte e que me deu ritmo de jogo. Isso tudo tem me ajudado bastante nesses primeiros passos.

O que exatamente passou pela sua cabeça quando teve que optar entre Lyon e Atlético de Madrid?
O Atlético de Madrid teve a prioridade [na minha contratação] durante um tempo, mas acabou optando por não exercê-la. Resolveu então voltar ao negócio após as entradas do Benfica e do Lyon. Desde o meu primeiro contato com o Juninho, já vinha amadurecendo na cabeça a minha ida para o Lyon. Dei minha palavra ao Juninho [Pernambucano, diretor de futebol do Lyon] e, para mim, a palavra vale muito. Estou feliz com a decisão que tomei.

Incomodou o fato de o Atlético de Madrid ter demorado tanto para concretamente tentar contratá-lo? Isso pesou na decisão?
Eles tinham a possibilidade de exercer ou não. No primeiro momento não exerceram, e logo depois surgiu o Lyon. Dei minha palavra ao Juninho, não iria voltar atrás. Estou contente com a decisão tomada.

Como fazer para fugir do rótulo de "Novo Juninho" no Lyon? 
Eu, sinceramente, não fico pensando nisso. São momentos diferentes, jogadores diferentes e histórias diferentes. O Juninho é um ídolo aqui no Lyon, foi um profissional exemplar ao longo da sua carreira. Sem dúvida, é um cara que tenho como espelho. Meu foco agora é escrever a minha história, passo a passo, com tranquilidade e muita dedicação.

Chegou a balançar com o interesse do Arsenal? Soube até que o Edu Gaspar [hoje diretor de futebol do clube inglês] conversou contigo...
Fiquei muito feliz por ver o meu nome sendo especulado em grandes clubes. Isso mostra que o trabalho tem sido bem feito. É gratificante, ainda mais vindo de um cara como o Edu Gaspar. 

O Flamengo teve muito perto de pagar a sua multa rescisória para o mercado nacional (17 milhões de euros). Por algum instante chegou a se imaginar como jogador do Flamengo?
Mantenho sempre os pés no chão, não gosto de ficar imaginando possibilidades. Trabalho sempre com o que tenho. Foi um clube que mostrou interesse sim. Existiram alguns contatos, mas a minha realidade hoje é o Lyon, e é nisso que estou focado.

E o Benfica? Lutou incansavelmente pela sua contratação, mas o Athletico não facilitou...
Como disse anteriormente, fiquei muito feliz em ver o meu nome circular em grandes equipes como o Benfica. Sentimento de gratidão mesmo, por saber que o trabalho tem sido bem feito. Prefiro pensar no que posso fazer no meu atual clube, que é onde eu me sinto bem e feliz.

Acredita que o futebol francês numa determinada altura da sua carreira vai ficar "pequeno" para você?
A Ligue 1 é um grande campeonato e de um nível de competitividade muito grande. Tenho certeza que irei crescer e me tornar um grande jogador. Não penso em sair daqui. Cheguei agora e estou muito feliz por tudo que o Lyon tem feito por mim.

Palavras do Tite à France Football: "Nos falta na Seleção um meia de distribuição, e Bruno Guimarães pode ser este jogador". Considera-se esse jogador?
Pela posição e características que ele citou, tenho certeza que posso, sim, ser esse jogador, apesar da concorrência ser enorme e muito qualificada. Estarei sempre à disposição e pronto para ajudar. Receber esses elogios do treinador da seleção brasileira é simplesmente indescritível.

Sente que, se atingir o alto nível que imagina, pode vir a ser o melhor jogador da sua posição? 
Sempre planejei passo a passo tudo o que aconteceu na minha vida. Um degrau de cada vez, é assim que planejo e penso no futuro. Sempre com tranquilidade. Tenho que estar focado no que posso fazer hoje e me doar ao máximo nos jogos e treinos para evoluir cada vez mais. O sucesso do futuro será consequência daquilo que fizer hoje. Repito: muita calma e tranquilidade. Primeiro passo é conquistar títulos com a camisa do Lyon.

Depois de tomar tanta porrada, Fernando Diniz enfim começa a ser valorizado no Brasil. Já era hora, não?
É um dos grandes amigos que fiz e tenho no futebol. Nunca duvidei de que iria ser reconhecido pelo seu trabalho. Um treinador excepcional e com uma filosofia de jogo muito bem definida. Sempre que posso converso com ele. Certeza que irá ser ainda mais reconhecida. Merece.

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