23/10/2023 às 17h04min - Atualizada em 23/10/2023 às 17h04min

Caso Brian: Justiça nega recurso e mantém condenação de 14 anos de prisão de PM que matou jovem em abordagem

Jovem Brian Bueno da Silva, de 22 anos, foi baleado durante abordagem policial na saída de uma feira agropecuária em junho de 2016, em Ourinhos (SP). O policial militar Luís Paulo Isidoro foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado

G1 Bauru e Marília
Dário Miguel/ Divulgação
A Justiça negou o recurso da defesa do PM Luís Paulo Isidoro e manteve a condenação de 14 anos de prisão por homicídio qualificado do jovem Brian Bueno da Silva, que tinha 22 anos na época, durante abordagem policial em Ourinhos (SP). A decisão ainda cabe novo recurso.

O PM Luís Paulo Isidoro foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado pela utilização de meio que impossibilitou a defesa da vítima.

Após duas alterações de datas por causa da pandemia da Covid-19 em 2020, o julgamento ocorreu em março deste ano. A sessão demorou mais de 13 horas.

Segundo a Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a defesa de Isidoro alegou que a prova apresentada no Tribunal do Júri não indicava crime de homicídio, mas o TJ-SP rejeitou a impugnação da condenação.

O caso aconteceu em 9 de junho de 2016, quando Brian saia com os amigos de um show da Fapi, a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos, e o carro em que ele estava no banco do passageiro foi abordado pelos policiais militares.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do disparo. Brian estava com mais quatro amigos no carro na Avenida Jacinto Ferreira de Sá, quando o motorista foi parado pela PM. O tiro saiu da arma de Luís Paulo e nas imagens dá pra ver o clarão do disparo.

Na época, o policial alegou que o tiro foi acidental causado por uma falha na arma. Mas um laudo feito pela própria Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito.

Investigações
Segundo os amigos de Brian, no momento da abordagem eles já estavam indo embora, voltando para Santa Cruz do Rio Pardo. Mas a PM parou o carro porque, segundo os policiais, o veículo estava andando em zigue-zague na avenida.

Na abordagem, o Brian, que estava no banco do passageiro do veículo, foi atingido por um tiro de um dos PMs.

No início da investigação, a Polícia Civil disse que a Polícia Militar agiu com intenção de interferir no trabalho de apuração, tentando apagar o vídeo usado como prova, lavando o carro antes da análise da perícia, ameaçando testemunhas, mas o comando da PM, na ocasião, disse que isso não aconteceu.

Segundo o batalhão da PM de Ourinhos, o policial Isidoro foi afastado das ruas desde então e continua trabalhando internamente. Ele foi transferido do local, mas não informaram onde ele está atuando.

Em nota, a defesa do policial reforçou que o disparo foi acidental por defeito na arma comprovado por perícia de um armeiro designado pela PM em uma audiência realizada no Fórum sob a presença da juíza que cuida do caso. A defesa disse ainda que Luís Paulo Isidoro inclusive foi absolvido no processo instaurado na Polícia Militar por comprovada falha na arma.

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