“Uma sensação de estar morrendo aos poucos, achei que iria morrer”, foi assim que o siqueirense José Roberto da Silva, mais conhecido como Zé Roberto Canedo, descreveu como foi ser picado por uma cobra cascavel em dezembro do ano passado. Em entrevista a Folha Extra, ele contou detalhes de como foi viver está “Experiência horrível”.
Zé Roberto, que mora em Siqueira Campos e trabalha como autônomo na manutenção de maquinas de costura, tem como hobby a pedalada e, durante um passeio, acabou sendo picado por uma cobra cascavel na região do bairro Curucaio, em Tomazina. “Sempre gostei de andar de bicicleta, fazer trilhas e ir em cachoeiras, e foi assim que tudo aconteceu”, comentou.
O ciclista estava realizando um passeio e, devido ao calor que fazia na tarde daquele sábado dia 11 de dezembro, resolveu visitar uma cachoeira que havia pelo caminho. “Estava calor e resolvi passar pela cachoeira para dar uma refrescada. Havia um caminho com mata alta e, ao passar por uma porteira empurrando a bicicleta, senti algo em minha perna. A princípio, achei que era algum galho, mas prestei atenção e não havia galhos no local e sabia que ali haviam cobras. Quando vi o ferimento, voltei um pouco e encontrei a cobra enrolada pronta para dar outro bote”, contou.
“Quando vi que era uma cascavel eu levei um susto, mas busquei manter a calma. Matei a cobra e levei junto comigo para ser mais fácil dos médicos identificarem qual seria o soro. Andei um pouco e vi uma casa onde pedi ajuda para me levar até o hospital. Até a hora que cheguei na Santa Casa em Siqueira Campos, ainda não tinha sintomas e, como ali não havia o soro, realizaram a limpeza do ferimento e acionaram o SAMU para me levar para jacarezinho”, disse Canedo.
Não demorou muito até que Zé Roberto começasse a sentir os primeiros sintomas do veneno. “Quando a ambulância do SAMU chegou eu já estava com a visão turva. No meio do caminho, comecei a ter ânsias de vômito, minha garganta foi fechando e comecei a perder cada vez mais a visão”, relatou.
“Quando chegamos na Santa Casa em Jacarezinho, eu já não enxergava quase nada. Fiquei na enfermaria aguardando atendimento e a situação foi piorando e comecei a ter falência dos órgãos. O vômito e a dificuldade para respirar aumentaram e a última coisa que lembro foi de várias pessoas a minha volta. Depois disso, só acordei quando já estava na UTI e não enxergava nada”, completou.
Após cerca de seis dias, Zé Roberto recebeu alta médica, mas ainda com sequelas do veneno da cobra. “Recebi alta e voltei para casa, mas ainda com a visão prejudicada e sem paladar, não conseguia me alimentar direito nem comer coisas doces. Cada dia foi melhorando um pouco e aos poucos voltei a pedalar e a trabalhar. O trabalho tem sido mais complicado devido a visão prejudicada que ainda não se recuperou totalmente”, explicou.
Zé Roberto também falou sobre a experiência que ele chamou de assustadora. “Foi algo horrível, pois é uma sensação de que você está morrendo aos poucos sem poder fazer nada. Acredito que fui salvo por Deus, pois até chegar em Jacarezinho tudo estava dando errado. O carro do rapaz que me socorreu estragou e tivemos que trocar de veículo e, no caminho para Jacarezinho, a ambulância também teve problemas mecânicos. Tive muito medo e achei que iria morrer” contou.
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