27/10/2020 às 18h15min - Atualizada em 27/10/2020 às 18h15min

Pais reclamam de pressão de professores por votos contrários

Alguns professores estariam pressionando pais e alunos a votar contra o projeto que implanta ensino cívico-militar nas escolas

Tribuna do Vale
Divulgação
Uma enorme polêmica se formou em determinados municípios da região pela postura de alguns professores com relação ao projeto do Governo do Estado que prevê a implantação de colégios cívico-militares. Pais de alunos de Santo Antônio da Platina e Jacarezinho reclamam da postura de educadores, que estariam fazendo pressão para que o plesbicito que decidirá a adesão ou não ao projeto seja negado.

Em contato com a reportagem da Tribuna do Vale nesta terça-feira (27), dois pais de alunos matriculados em escolas que podem ter a implantação do projeto afirmaram haver pressão por parte de professores para votação contrária à iniciativa. De forma anônima, os pais afirmaram categoricamente que a ação dos professores não é conscientização, e sim uma tentativa nítida de influenciar a opinião da comunidade escolar.

“O que aconteceu hoje com a minha filha, uma criança do7º ano, é um absurdo. Se eu tivesse provas iria denunciar no Núcleo Regional de Ensino. Uma coisa é você explicar uma situação, outra coisa é fazer terror psicológico e pressão sobre crianças e adolescentes. Sempre tive maior respeito pela profissão de professor, mas tem alguns que não merecem ter esse título porque não honram a profissão”, acusa o pai de uma aluna do 7º ano do Colégio Estadual Anésio de Almeida Leite, em Jacarezinho.

“Por acaso hoje era meu dia de folga e vi de perto o que estava acontecendo. Na hora devia ter filmado e, como eu disse, denunciaria quem está fazendo isso. Tem gente que nem tem relação com a escola e está fazendo bagunça aí”, continua.

Discurso similar tem a mãe de uma aluna do 9º ano do Colégio Estadual Dona Moralina Eleutério, em Santo Antônio da Platina, que inclusive apresentou prints e áudios de conversas pelo WhatsApp onde mostra o desejo da filha, menor de idade, em ter a mudança para o estudo cívico-militar. “Justamente os alunos que são os piores agora são contra, porque não querem obedecer mesmo”, diz a aluna, que cita o termo “intimidação” sobre a postura de alguns professores a respeito do tema.

PROJETO

O projeto de implantação de colégios cívico-militares foi anunciado segunda-feira pelo governo do Paraná beneficiará 11 escolas de oito municípios da região, ofertando um total de 6.205 matrículas disponíveis nessas instituições de ensino.

A nova modalidade de ensino funcionará com gestão compartilhada entre militares e civis em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto os militares serão responsáveis pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.

Plesbicito vira palanque eleitoral

Não bastasse a reclamação dos pais com relação à postura de alguns professores, há ainda relatos de que políticos especialmente de partidos de esquerda estejam usando o plesbicito como palanque eleitoral.

O mesmo pai da aluna do Colégio Anésio de Almeida Leite, em Jacarezinho, que se queixou da pressão, ainda relata a participação de candidatos usando o evento para se promover politicamente. “Não é por nada, mas tem professora aí que é candidata a vereadora e está abordando os pais falando disso e já pedindo voto para ela, falando que isso é coisa de um outro candidato a prefeito da cidade, que ele quer acabar com as escolas. Questionei se não era um projeto do Paraná e ela se enrolou toda”.

Em Santo Antônio a situação é a mesma, com candidatos de partidos de esquerda usando da situação para promover as próprias campanhas eleitorais. Em ambos os municípios o PT, um dos principais partidos contrários a ideia, lançou candidatos a prefeito e vereador.
 

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