27/05/2020 às 10h38min - Atualizada em 27/05/2020 às 10h38min

​Casal do Norte Pioneiro aposta no abacate como opção de renda

Cleonice e José Magalhães de Miranda, de Jacarezinho, fizeram diversos cursos do SENAR-PR para conseguirem caminhar em direção aos seus sonhos

Folha Extra
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Mesmo quando não contempla uma atividade com um curso específico, o SENAR-PR tem uma gama de opções em diversas áreas transversais ao agronegócio, como gestão, boas práticas, entre outros, que permitem assistir produtores de qualquer área para que possam melhorar seus resultados produtivos e sua qualidade de vida.

Há mais de 30 anos, o casal Cleonice e José Magalhães de Miranda, de Jacarezinho, na região do Norte Pioneiro, aposta na produção de abacate, e vem colhendo bons resultados. “Começamos com cerca de cinco hectares com diversas variedades”, conta Cleonice. Na divisão de tarefas, ela cuida da parte administrativa e o marido toca o pomar. “No começo, a gente só sabia o básico, mas fomos pesquisando, fazendo cursos e aprendendo”, conta a produtora que, nessa jornada, participou de diversos cursos do SENAR-PR.

Em um primeiro momento, algumas escolhas, como as capacitações de apicultura e piscicultura, parecem distantes da atividade desenvolvida pelo casal. Mas ao analisar mais de perto descobrimos que se aplicam perfeitamente à realidade dos Miranda. “Como temos pomar, precisamos das abelhas para a polinização. A piscicultura foi para manter a nossa represa limpa, pois tem peixes que cuidam disso. Trouxe mais qualidade para o sítio”, explica Cleonice.

Outro curso realizado pelo casal foi o de citricultura. Isso se explica pela opção inicial do pomar. “No começo plantamos citrus, mas como o retorno era muito incerto, eliminamos e ficamos só com o abacate”, lembra a produtora.

Hoje o casal produz seis variedades de abacate: Fortuna, Quintal, Fuerte, Margarida, Breda e Geada. Como combinam cultivares precoces e outros mais tardios é possível ter produção quase o ano inteiro. “Também prolongamos a época de produção de cada variedade fazendo o ‘raleio’, isto é, colhendo os maiores e deixando os menores para crescer”, explica.

A área inicial de cinco hectares também aumentou e hoje, segundo ela, são 70 hectares plantados, divididos em três propriedades em Jacarezinho, Ribeirão Claro e Ribeirão do Pinhal. A cada safra a produção é de cerca de 50 mil caixas de 20 quilos cada, totalizando 1 mil toneladas de abacate de mesa. Grande parte da produção vai para o Ceasa de Santa Catarina, mas também existem envios para Bahia, Brasília e Mato Grosso do Sul, afirma a produtora.

Na atividade há três décadas, o casal já descobriu alguns segredos importantes na condução da fruta. “É um erro achar que o abacate é rústico. Como qualquer cultura perene, ele é sensível”, ensina Cleonice. Dentre os principais inimigos desta cultura está a Broca (Stenoma catenifer), que penetra na casca e estraga completamente os frutos, mas os fungos que ocorrem na época de floração também trazem dor de cabeça.

Para enfrentar esses percalços o casal tem optado pelo uso de insumos orgânicos. “Quando está muito atacado e dependendo do tipo do pomar, às vezes é necessário fazer a pulverização com [defensivo] químico, mas só como último recurso. Já faz alguns anos que o mercado exige produtos mais saudáveis. Sem mercadoria de qualidade não consegue botar no mercado e se botar, o preço é bem inferior”, afirma.

Para o futuro, Cleonice conta que vem observando as tendências de mercado que apontam para uma oportunidade para exportação do abacate da variedade Hass (avocado). “Nós sabemos que tem associações de produtores que estão exportando. De uns dois anos para cá tem acontecido. Vamos nos voltar para essa oportunidade”, finaliza a fruticultora.

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