24/03/2021 às 08h45min - Atualizada em 24/03/2021 às 08h45min

​Intensivista do Hospital Regional alerta que quadro pode se agravar

Médico Ralph Burani diz que equipes que trabalham na linha de frente da Covid-19 estão no limite da resistência física e psicológica

Tribuna do Vale
Divulgação
O crescimento assustador de novos infectados por coronavírus, a sequência de casos graves da doença e o recorde de mortes, cumulada com a falta de estrutura, equipamentos e pessoal suficiente para atender a demanda, está levando os profissionais que atuam na linha de frente da pandemia à exaustão física e psicológica.

O alerta foi feito na manhã desta terça-feira (23), pelo médico Diego Ralph Burani, diretor técnico do Pronto-Socorro Municipal (PS) e coordenador da Unidade de Terapia Intensiva – UTI-Covid do Hospital Regional do Norte Pioneiro (HRNP), classificando a situação como “tenebrosa, com cenário caótico”, referindo-se ao desabafo de um colega do Hospital Nossa Senhora da Saúde, a respeito do estrangulamento da estrutura de atendimento aos pacientes de Covid-19.

Burani observa que há poucos dias a UTI do HRNP recebeu mais cinco leitos de UTI e 10 leitos semintensivos, no entanto, a lotação continua e há fila de espera em unidades hospitalares com o esgotamento de vagas nas unidades especializadas. Segundo ele, o mesmo está ocorrendo na Santa Casa de Jacarezinho.

O intensivista assinala que não adianta aumentar leitos de UTI e semintensivo se não houver conscientização da população, principalmente entre os jovens que teimam em promover aglomerações. “Fiquem em casa , lavem as mãos, usem máscaras, não aglomerem, pois não há tratamento precoce. A cada dia que passa os estudos são mais categóricos em afirmar isso, várias sociedades médicas renomadas já atestaram esse diagnóstico”, pondera.

Diego Burani cita como exemplos a Associação Brasileira de Medicina Intensiva; Associação Brasileira de Pneumologia; Sociedade Brasileira de Infectologia; Sociedade Brasileira de Geriatria, entre outras que já se posicionaram a respeito. “Existem outras instituições renomadas como os hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês, Beneficência Portuguesa, Hospital das Clinicas da USP, se posicionando através da ciência que não existe tratamento precoce. O que vai nos tirar desta guerra é a vacina”, assinala.

Segundo ele, todo médico tem sua autonomia garantida para prescrever medicamentos, entretanto, cada pessoa deve eleger um médico para o acompanhar e ter uma decisão compartilhada, “Não se automediquem, nem mesmo com vitaminas. Aos que indicam medicamentos e vitaminas sem ao menos conhecer o doente, está praticando Alquimia, isso não é ciência”, aconselha.

Diego Burani alerta que estamos diante de um quadro de colapso absoluto e a situação pode se agravar ainda mais se a população não se conscientizar que a disseminação da Covid-19 depende de nosso comportamento social. Uso de equipamentos de proteção individual, higiene e evitar aglomerações.

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