06/04/2021 às 17h41min - Atualizada em 06/04/2021 às 17h41min

​Hemocentro de Jacarezinho também coleta plasma convalescente para tratamento contra Covid-19

Doadores podem ser homens e mulheres entre 18 e 59 anos e que se enquadrem em outro critérios

Jivago França - PortalJNN*
*Com informações do Hemocentro da Unicamp
Foto: Venilton Küchler / AEN
A Unidade de Coleta e Transfusão (UCT), mais conhecido como Hemocentro de Jacarezinho, assim como toda a rede Hemepar, também faz a coleta de plasma convalescente para tratamento contra Covid-19. A rede Hemepar no Paraná deu início as coletas já em julho do ano passado.

O Chefe da UCT, José Antônio da Silva em entrevista exclusiva ao PortalJNN, destacou que o plasma convalescente pode fornecer imunidade a pessoas com a doença (Covid-19) por possuir alta dosagem de anticorpos. "A Imunoterapia passiva é uma terapia bem estabelecida para tratar, e prevenir uma série de infecções Virais", disse.
 
Ainda conforme Silva, "o uso do plasma hiperimune segue essa mesma linha de tratamento, para recuperação mais breve possível do paciente com Covid-19". O farmacêutico do Hemocentro de Jacarezinho, Marcos Rodrigo Garcia Merege explicou o procedimento.

"Desde meados do ano passado, o Hemepar tem coletado e distribuído aos hospitais que iniciaram a terapia com o plasma hiperimune/convalescente, como o hospital do Rocio e região metropolitana de Curitiba, tendo bons resultados iniciais", disse.

Segundo Merege, um artigo está em produção e será publicado com os resultados desta avaliação. "Mas ainda, como a própria Covid-19, é tudo muito novo e requer mais pesquisas", destacou. Segundo ele, a coleta acontece como em qualquer doação de sangue. "Coleta é feita normalmente como na doação de sangue normal".

"Após [a coleta], esta bolsa coletada é processada e separado o plasma das hemácias (sangue), como já é feito com todas as bolsas coletadas pelo Banco de Sangue", detalhou. Para que uma pessoa possa doar o plasma convalescente, é preciso se enquadrar em alguns critérios.

Os doadores podem ser homens e mulheres entre 18 e 59 anos, ter o resultado positivo para Covid-19 impresso e levar no dia, não ter sido submetido a ventilação mecânica/respirador, nunca ter recebido transfusão de sangue, não ter gestação/aborto, não ter tomado a vacina para Covid-19 e a doação deve acontecer de 30 a 180 dias após a cura da doença.

"Como qualquer doação, o doador passa por uma triagem clínica com o médico, onde, além do requisito para ser doador do plasma hiperimune, também precisa se enquadrar na doação do sangue normalmente, já que, além do plasma deste doador, também será fracionado as hemácias para uso, sendo assim, este doador, também estará ajudando outras pessoas que precise não só do plasma, mas também das hemácias (sangue)", explicou.

Na doação de sangue normal, o sangue doado pode ajudar a salvar até quatro vidas. Já no caso do plasma convalescente isso não é possível. Merege explicou com mais detalhes o motivo disto. "Quando falamos que uma doação ajuda até quatro pessoas, é pelo fato do processo de separação dos hemocomponentes. O sangue doado chama-se ‘sangue total’, que após coletado passa por um processo de separação, onde dele pode ser extraído o concentrado de hemácias (sangue), o plasma, as plaquetas e o crioprecipitado”, detalhou.

Merege continua a explicação. “O paciente que precisar de um deste hemocomponentes, poderá recebê-lo, perfazendo assim, quatro possíveis receptores. Neste sentido, uma bolsa de ‘sangue total’ pode produzir até quatro hemocomponentes. Assim, a doação do plasma hiperimune, será para uso de um único paciente, já que o mesmo vem de uma única doação”, completou o farmacêutico do Hemocentro de Jacarezinho.
 
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O que é plasma convalescente?

Quando uma pessoa contrai um vírus como o COVID-19, seu sistema imunológico cria anticorpos para combater o vírus. Esses anticorpos são encontrados no plasma, que é a parte líquida do sangue. O plasma com esses anticorpos de combate à infecção é chamado de “plasma convalescente”. Através de um processo de doação de sangue, esse plasma rico em anticorpos pode ser coletado de uma pessoa recuperada da doença e depois transfundido para um paciente doente que ainda luta contra o vírus. Isso pode fornecer um impulso ao sistema imunológico do paciente doente e pode ajudar a acelerar o processo de recuperação.

Plasma convalescente para COVID-19

Segundo Nota Técnica n° 21/2020-CGSH/DAET/SAES/MS é permitido no Brasil a coleta e e transfusão de plasma de convalescentes para uso experimental no tratamento de pacientes com COVID-19. A transfusão de plasma convalescente é considerada um tratamento experimental, pois os estudos clínicos foram iniciados, mas ainda não foram concluídos. Sabemos que existem evidências de que o plasma convalescente ajudou pacientes com outras doenças, mas médicos e pesquisadores não saberão quão eficaz será o plasma convalescente no tratamento de pacientes com COVID-19 até que mais estudos sejam concluídos. Enquanto as opções para o tratamento da COVID-19 estão evoluindo, o plasma convalescente pode ser considerado e pode ajudar alguns pacientes com doença moderada ou grave.


Arte: Hemocentro da Unicamp

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