01/05/2021 às 11h43min - Atualizada em 01/05/2021 às 11h42min

O dia do trabalho

Cláudio Henrique de Castro

Cláudio Henrique de Castro

Cláudio Henrique de Castro, advogado e Professor de Direito.

Os primeiros trabalhadores no Brasil foram os escravizados, indígenas e negros.
              A mãe África constrói o país há quinhentos anos.
              Nos últimos anos, a partir das contrarreformas do governo Temer e do atual presidente, os direitos dos trabalhadores tem sofridos duros golpes e retrocessos.
              A pandemia mostrou a indiferença e o ódio das elites do atraso contra: os trabalhadores, os idosos, os professores e as periferias brasileiras.
              Tudo somado: o negacionismo das medidas de prevenção, a indiferença quanto a mais de quatrocentas mil mortes, o descaso com as riquezas nacionais, com a queima das florestas, o fim da biodiversidade, as vendas das jazidas, o desmonte de reservas indígenas e a venda a preços vis de empresas públicas centenárias.
              E os Professores? Cargas horárias triplicadas, aulas remotas excessivas, tecnologias desconhecidas, redução salarial permitida por leis excepcionais, sobrecarga de tarefas e por fim, o desprezo oficial do líder do governo chamando-os de vagabundos.
              Aulas presenciais a caminho, sem vacina aos alunos, aos professores e aos funcionários sob as desculpas de que álcool em gel e o falso distanciamento irão resolver isso.
              O desprezo pela vida, pelas riquezas nacionais e pelo trabalho virou o grande mote desse governo bizarro e coalhado de denúncias de corrupção, das milícias e de tudo que o discurso moralista e as fakes news que os elegeram combateram.
              Ameaças às instituições a todo o momento, o “não estica a corda”, palavrões e tantas expressões chulas próprias de quem nunca leu livros e despreza a ciência.
              Ministros obscuros, pautas completamente fora da realidade e os privilégios oficiais às corporações estrangeiras, às mídias, grupos empresariais religiosos e aos bancos.
              Quinze milhões de desempregados, cento e dez milhões de trabalhadores abaixo da linha da miséria, um cenário que lembra a economia na ditadura militar do chamado milagre econômico brasileiro, que de milagre não teve nada.
              O que seria da economia sem os trabalhadores ou sem os professores?
              As milicias avançam, os setores religiosos obscurantistas e a agenda neoliberal de extrema direita tomaram o espaço da política, governos estaduais, assembleias legislativas, prefeituras e câmaras municipais.
O governo dos incultos é isso: privatizações, carestia, e indiferença pela vida e pelo trabalho, as promessas vazias e o besteirol em factoides midiáticos.
              Esse quadro dantesco somente será revertido com a união.
              Dos quinze mil sindicatos que o Brasil possuía, sete mil fecharam, os partidos, no geral, não têm nenhuma bandeira ideológica. E assim caminham os trabalhadores, sem feijão e arroz no prato, convivendo com o desemprego e a pandemia.
              Enquanto isso o filho do presidente compra uma mansão de seis milhões de reais, o presidente e família gastam, nas férias oficiais, cerca de dois milhões e quatrocentos mil reais de dinheiro público.
Não podemos cometer os mesmos erros do passado recente em eleger pessoas que apoiam e são aliadas das bandeiras da destruição dos direitos dos trabalhadores e da indiferença à população desfavorecida.
              Há muito que refletir e agir nesse primeiro de maio.
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