06/06/2022 às 13h26min - Atualizada em 06/06/2022 às 13h24min

As reviravoltas de Teixeira de Freitas

Cláudio Henrique de Castro

Cláudio Henrique de Castro

Cláudio Henrique de Castro, advogado e Professor de Direito.

O grande jurista Teixeira de Freitas, viveu seus últimos dias em Niterói, num final de vida de parcos recursos financeiros, enterrado de favor numa cova de outrem, no cemitério de Maruí, perdeu o emprego de advogado de Conselho de Estado, no qual era funcionário público.
Narra Sílvio Meira, seu maior biógrafo, que saiu no jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro de 15 de dezembro de 1883, dois dias depois do sepultamento e três da morte:
“Ao seu enterro compareceram muitas pessoas de distinção; sendo sensível que não se achasse representado o Instituto dos Advogados e todo pessoal que compor o foro, estando apenas presentes os Srs. Drs. Carlos Perdigão, Pimenta Bueno, Pessoa de Barros e Aleixo Figueiredo.”
Os colegas do Instituto dos Advogados Brasileiro, de que foi fundador, na época, sequer mandaram celebrar missa por alma de Teixeira de Freitas, segundo alguns pelo temperamento forte de jurisconsulto e um incidente no IAB, no qual Freitas se desligou.
A celeuma da sua saída deu-se em torno de uma questão de direito romano, da qual Freitas era profundo conhecedor, desfiliou-se, e por fim ofereceu 1:000$000 (um conto de réis) de doação para a inauguração da biblioteca do IAB, a quantia atualizada é de R$123.000,00 (cento e vinte e três mil reais).
Foi enterrado de favor.
O reconhecimento póstumo não tardou, para que sua memória fosse lavada, passada e engomada pela história.
Em Curitiba sobrou a Travessa Teixeira de Freitas, muito pouco pela estatura do jurista que passou por aqui na fase de recuperação da sua saúde.
N Argentina, uma estátua e o reconhecimento, no Rio de Janeiro idem.
No pátio da Faculdade de Direito da UFBA, repousam seus restos mortais.
Sessenta anos depois da sua morte, o Instituto dos Advogados Brasileiros, panteão dos juristas brasileiros, angariou fundos para transladar seus restos mortais de Niterói para Universidade Federal da Bahia, em 1943, em monumento que lhe rende homenagem.
Freitas ficou na memória jurídica nacional, seus desafetos - na desmemória.
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