01/05/2024 às 07h42min - Atualizada em 01/05/2024 às 07h38min

DIA MUNDIAL DA EDUCAÇÃO, DESAFIOS PARA EDUCAR NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Fábio Antonio Gabriel

Fábio Antonio Gabriel

Doutor e mestre em Educação pela UEPG. Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia pela PUCPR.

               Neste 28 de abril de 2024, somos convidados a pensar na importância de se educar na sociedade contemporânea. O filósofo Kant já dizia que a única criatura que precisa ser educada é o ser humano. Daí vemos a importância da educação para a nossa espécie. Outros seres, por natureza, são como que movidos a sobreviverem e conviverem. Nós, humanos, pelo contrário, precisamos constantemente nos educar. Para o patrono da educação brasileira, na obra Pedagogia do Oprimido, educamo-nos de maneira recíproca, uns educam os outros, ninguém se educa sozinho. Nesse contexto, é muito importante destacar a relevância do fato de que, apesar de a tecnologia na educação ser tão defendida, é imprescindível que a educação é sempre seja operacionalizada de humanos para os humanos. Talvez, a grande tarefa da educação fosse a humanização. Como dizia Charles Chaplin, mais do que máquinas, precisamos de afeto.  Assistimos na sociedade das telas que necessitamos cada vez mais de afeto e pensar que, apesar das tecnologias serem necessárias para o desenvolvimento, o fator humano no processo educacional ainda é mais importante quando se pensa em educação.
               Pensar em educação é também pensar no respeito humano por humanos e pelos demais seres do planeta, o que recaí em uma perspectiva holística ecológica. Impõe-se uma reflexão sobre como estamos respeitando o meio ambiente e o quanto agredimos o meio ambiente e das mais diversas formas. Hans Jonas, na obra: “Princípio Responsabilidade” destacará a relevância da preservação do meio ambiente, temamos o futuro diante da degradação do ambiente biofísico que conduz ao inescapável fim da espécie humana e do planeta. Ainda é importante lembrar que não existe apenas a educação formal, existe também a informal e nos conscientizarmos de que educar não é transmitir apenas informações e, sim, contribuir para uma visão mais ampla do fenômeno educativo.
Educar é sobretudo uma questão antropológica, porque, afinal, o pressuposto antropológico da indagação acerca do que entendemos por ser humano. Que ser humano desejamos educar? Educar para quê? Há muitas respostas, mas três valores são fundamentais para a educação contemporânea:
—educar para a ética: educar as pessoas para saberem conviver com os outros, respeitando valores alheios e lutando para que seus próprios direitos sejam respeitados;
— educar para a empatia: educar as pessoas para não serem insensíveis diante das causas do seu semelhante; as dores, o sofrimentos de tantos que se encontram ao nosso redor, sempre é possível ajudar a alguém, sobretudo os mais próximos naquele momento em que podemos ajudar;
– educar para a não violência: fundamental na sociedade em que vivemos, a fim de construir uma sociedade pacífica e democrática.
              Precisamos debater muito sobre o educar na contemporaneidade diante dos novos cenários tecnológicos que se avolumam. É preciso abandonar discursos retóricos e repetitivos que nada dizem para um educar para a humanização. A humanização, no sentido de uma cabal sensibilização humana e não alienada.  É fundamental porque é a educação que contribui para a construção de um mundo consciente da necessidade de preservação da vida no planeta.
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