10/10/2023 às 15h19min - Atualizada em 11/10/2023 às 09h48min

O RÁDIO NO BRASIL

Diversos psicanalistas já fizeram uso deste veículo que teria sido inventado por um brasileiro.

Marcelo Moya

Marcelo Moya

Psicanalista, membro do Instituto Ékatus da Escola Paulista de Psicanálise.

*Marcelo Moya

No ultimo dia 25 de setembro comemorou-se no Brasil o Dia Nacional do Rádio. A data foi criada para relembrar o nascimento de Edgar Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão no país. Médico, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta, Roquette-Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923 (atual Radio MEC), embora a primeira transmissão radiofônica ocorreu em território nacional em 7 de setembro de 1922 no Rio de Janeiro por ocasião do Centenário da Independência.

Um fato curioso acerca das primeiras ondas sonoras é que embora seja atribuído ao italiano Guglielmo Marconi a invenção do rádio em 1914, foi o brasileiro e padre católico Landell de Moura que estudara uma década antes a transmissão por ondas eletromagnéticas. Em 16 de julho de 1899 na cidade de Santa Cruz-RS realizou os primeiros experimentos com êxito, repetindo-as no ano seguinte. Infelizmente a escassez de recursos e falta de investimento em sua invenção dificultou a patente de sua descoberta, inclusive nos EUA onde o pedido foi vetado na época.

Desde que aqui surgiu o rádio se confunde com a história do Brasil, através do registro de noticiários épicos, vasta cultura musical, transmissões esportivas, entretenimento e difusão da educação. Com a chegada da televisão, dizia-se que o rádio seria extinto, algo que não ocorreu, e hoje com os avanços das tecnologias de mídia, o rádio se reinventou e se adaptou às novas demandas da modernidade, e segue servindo como companheiro diário de muitos lares, ambientes de trabalho e momentos de lazer, uma voz amiga e representativa do cidadão.

Na psicanálise, personalidades marcantes como o pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott (1896-1971) e seu programa Conselhos para os Pais na Rádio BBC de Londres, a brasileira psicanalista e socióloga Virgínia Bicudo (1910-2003) que apresentou o programa Nosso Mundo Mental na extinta Rádio Excelsior de São Paulo, e o psiquiatra e psicanalista Flávio Gikovate (1943-2016) com seu no Divã com Gikovate na Rádio CBN, são alguns dos exemplos de quem ousou ir para além dos consultórios adentrando nos estúdios radiofônicos para transmissão de conhecimentos e aproximação da psicanálise com a comunidade.


Na atualidade programas como Escutar e Pensar na Rádio Universitária de Fortaleza-CE, Programa Insight na Rádio Pelotense-RS, Corações e Mentes na Rádio Inconfidência-MG, ou ainda Eu & Você que produzi e apresentei por uma temporada na Rádio Cidade, além de participações nas Educadoras de Francisco Beltrão-PR e daqui, e tantas outras iniciativas espalhadas pelo mundo só comprovam que psicanalistas podem ocupar além da função de escuta um lugar de fala na sociedade, e o rádio sempre será um grande aliado.

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* Marcelo Moya é psicanalista m
embro docente do Instituto Ékatus da Escola Paulista de Psicanálise. Atende em Jacarezinho na Clínica São Bento 2 e On-line para outras localidades. Saiba mais em www.marcelomoya.com.br 
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